Conectar objetos em qualquer lugar e a qualquer momento: eis a base da Internet das Coisas (IoT), que visa através do uso das tecnologias inteligentes necessárias para a conexão dos objetos, coletar automaticamente a maior quantidade de dados a fim de fornecer informações processadas e estruturadas.

Desde o ponto de vista técnico, a IoT consegue que objetos reconhecíveis possam transferir informação sobre eles e, ao mesmo temo, acessar as informações transferidas por outros objetos.

Na prática, no que diz respeito ao gerenciamento da manutenção de equipamentos médicos ou da manutenção hospitalar, e consequentemente aos benefícios para o gestor, hoje a IoT permite a análise de um grande volume de dados e a tomada de decisões inteligentes através do monitoramento remoto e automatizado em tempo real de temperatura, umidade, pressão, e consumos de água, gases ou energia elétrica e performance geral.
Mas, cuidado, a coleta dos dados e sua atualização automática nos softwares de gestão, sejam eles específicos para engenharia clínica / manutenção hospitalar ou softwares próprios dos componentes de leitura, é apenas o primeiro passo para a aplicação dos benefícios que a IoT pode oferecer. Entre a coleta dos dados e a análise dos mesmos existe um conjunto de procedimentos a serem aplicados que visam a sua estruturação, com o intuito de fornecer ao gestor, ou mesmo à inteligência artificial (caso o sistema disponha), soluções de maneira rápida e precisa. Para obtermos uma integração efetiva e inteligente se faz necessário, por tanto, o vínculo entre a IoT, Big Data e Inteligência Artificial.

Levando em conta as possibilidades, os softwares de gestão de engenharia clínica ou manutenção predial com integração em redes IoT e aplicação de inteligência artificial conseguem de forma autônoma:
Abertura automática de ordens de serviço preventivas, antecipando a quebra dos equipamentos e seus componentes, baseado na análise de percentual de disponibilidade do ativo, monitoramento de consumos diversos e do número de corretivas por período.

– Abertura automática de ordens de serviço corretivas quando o resultado da análise da performance for crítico.

– Decidir a data de obsolescência do equipamento e a escolha do modelo e fabricante para substituição, baseado no índice de depreciação do ativo, histórico de corretivas, reposição de peças e percentual de disponibilidade, em comparação com o resto de equipamentos da mesma família.

– Sugerir a alteração na periodicidade das preventivas dependendo da performance geral dos equipamentos da mesma família e modelo.

– Prorrogar ou cancelar os contratos de manutenção com fornecedores, baseado na análise de custo de manutenção interno/externo, índice de depreciação do ativo e análises comparativas entre fornecedores, contratos e famílias de equipamento.

– Distribuir chamados e ordens de serviço corretivas na agenda dos técnicos, levando em conta produtividade dos colaboradores, tempo de reparo por equipamento.

– Alarme de ambiente crítico desde o equipamento biomédico para os sistemas de controle de refrigeração, a fim de redefinir os parâmetros de configuração ou detectar falhas dos sistemas externos ao equipamento.

As ações automáticas listadas acima são apenas uma pequena amostra das aplicações da IoT e da inteligência artificial na gestão corriqueira das engenharias clínicas, sempre pensando em diminuir o risco para o paciente e incrementar a eficiência técnica e financeira das instituições de saúde.