Acreditação hospitalar é composta por um sistema de avaliação e certificação de qualidade dos serviços de saúde. Com objetivo de atender requisitos mínimos através da padronização de processos da instituição, e com isso melhorar a segurança do paciente e garantir uma assistência mais qualificada. Ações que envolvem todos os setores da instituição e exigem a interação entre eles. Considerada um sistema complexo, seus processos estão interligados, e o resultado final depende dos resultados de todo o conjunto.
Com adesão voluntária, a acreditação é um processo independente e não governamental. No Brasil, as organizações acreditadoras mais aplicadas são a Organização Nacional de Acreditação (ONA) e a Joint Commission Internacional (JCI).
Com origem nos Estados Unidos, a JCI é representada no Brasil pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) e seguem padrões muitas vezes mais exigentes que a legislação nacional. Estudos demostram que critérios de avaliação na assistência clínica são ainda mais rigorosos que qualquer outra organização acreditadora. No Brasil, a Organização Nacional de Acreditação (ONA) padroniza as instituições de saúde em níveis, sendo Nível 1 – Acreditado, Nível 2 – Acreditado Pleno e Nível 3 – Acreditado com Excelência, os três tipos de certificação expedidos, sendo aplicável a qualquer porte de instituição de saúde.
A partir de manuais publicados pelas organizações acreditadoras, podemos destacar alguns itens de orientação aos setores de manutenção geral e engenharia clínica para que os requisitos destinados à infraestrutura e gestão do parque tecnológico sejam atendidos.
- Controle e manutenção da infraestrutura predial e das tecnologias conforme sua complexidade.
- As atividades executadas, sejam elas, manutenções preventivas, calibrações e inspeções de rotina, planejadas através de planos de manutenção para que ocorram de maneira segura.
- Levando em conta a criticidade das áreas, evitar que acidentes, interrupções e falhas ocorram, garantindo assim a operação contínua do prédio e das tecnologias envolvidas. Neste ponto é chave contar com planos de contingência para setores e equipamentos de alta criticidade.
- A partir dessas manutenções, será possível prever as necessidades, planejar a execução e designar verbas para adequações, alterações e projetos.
- É fundamental o gerenciamento do consumo de água, energia, gás e materiais para a sustentabilidade do prédio, diminuindo o volume de resíduos gerado, evitando interrupções de fornecimento e gastos não planejados.
Assim mesmo e de maneira geral, a instituição de saúde deve:
- Dispor de tecnologias, insumos e equipe técnica qualificada, dimensionados adequadamente para atender as necessidades do serviço.
- Realizar inventário do parque tecnológico contendo dados cadastrais dos equipamentos, e este deve ser atualizado a cada nova aquisição ou desativação.
- Manter, a partir do inventário, o registro de histórico para cada equipamento, contendo a identificação de sua localização, informações de instalação, transferências, treinamentos, consumo de peças, falhas e intervenções técnicas realizadas.
- Executar periodicamente as manutenções preventivas, calibrações, testes de segurança elétrica e rotinas de inspeção através de procedimentos técnicos descritos, e seguindo um plano de manutenção predefinido, a fim de garantir a confiabilidade e disponibilidade das tecnologias médicas. Os planos devem ser elaborados e estar disponíveis para os demais setores da Instituição.
- Definir planos de contingência no caso de indisponibilidade de equipamentos críticos.
- Registrar e disponibilizar no histórico do equipamento as evidências da realização das manutenções e suas rastreabilidades.
- Avaliar os serviços prestados por meio de empresas terceirizadas, contratadas pontualmente ou a partir de um contrato de manutenção, para garantir a continuidade da qualidade nos serviços.
- Controlar os contratos de manutenção existentes com fornecedores, prazos para atendimento e solução e, também, os seus custos, abrangência e vigência dos serviços executados a fim de evitar gastos desnecessários com outros fornecedores.
- Estabelecer critérios de priorização para atendimento de chamados, critérios que devem ser bem conhecidos e acessíveis pelos setores envolvidos, assim como o fluxo para solicitação de atendimentos.
- Permitir a avaliação dos serviços executados para garantir a melhoria contínua do processo.
- Possuir ferramentas para monitorar a eficiência dos serviços e para verificação de melhoria contínua, tais como os indicadores de desempenho gerados a partir de informações obtidas de histórico dos equipamentos e setores.
- Baseado também em indicadores, identificar a necessidade de capacitação das equipes assistenciais quanto ao manuseio, operação e conservação dos equipamentos, evidenciando a educação continuada.
Por tanto, a gestão de tecnologias médicas também é uma preocupação no processo de garantir a qualidade nos serviços médicos prestados, o que envolve principalmente o gerenciamento de equipamentos médicos. Os requisitos mínimos de segurança e confiabilidade deles devem ser atendidos, visto que sua utilização é direta com usuários e pacientes.
Para uma gestão eficiente, ter um sistema de gerenciamento de manutenção informatizado (CMMS) é o primeiro passo para alcançar uma acreditação para os setores de manutenção geral e engenharia clínica, uma vez que todos os itens de orientação apontados são atendidos em suas funcionalidades. Através de um sistema, é possível garantir a redução custos, otimização do tempo, melhorar o controle, rastreabilidade, planejamento das atividades de manutenção, bem como sua eficácia, e com isso, minimizar riscos para os pacientes, usuários e meio ambiente.